
Nestes caracóis existe luz. São negros, tal como a luz também é negra quando é pura. Dentro deste enleado de luz negra existem muitas ideias e muita sensibilidade e muita criatividade. Ontem, no momento exacto em que a noite se pôs, eu quis deixar lá os meus dedos. Vê-los desaparecer no interior dessa luz, estreitá-los até que deixassem de ser meus. A noite avançava, álgida, os meus dedos e as minhas mãos sempre inquietos, tentavam desprender-se do meu corpo, queriam fundear-se naquela negrura reluzente. Os meus dedos desejavam ser as ondas compactas e vigorosas, escuras, cintilantes, enigmáticas, que os meus olhos viam e não acreditavam, que o meu olfacto sentia mas não podia acreditar.
Quando a noite cresceu e se fizeram nela instantes de caos, por momentos, que eu julgava terem sido dias, deixei de ver essas ondulações. Buscava na rua, observava as janelas das casas, vigiava o céu e a película de gelo que o segurava. Não as sentia próximas. A luz longe de mim, a pureza do negro muito longe de mim. Havia, naquela altura, muita gente que dizia coisas, havia o meu rosto a olhar para os meus dedos; eu era um labirinto de pensamentos.
A noite como um regaço morno a atender as minhas demandas, os meus desejos. Eu precisava que uma massa enorme de ondas negras me encontrasse. Ao meu lado, esta escultura de geometria circular. Ao meu lado, infinitas linhas negras de luminosidade como destino natural dos dedos de uma mão fria.
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